CONTEXTUALIZAÇÃO ARQUITETÔNICA

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A arquitetura moderna teve seu auge no Espírito Santo devido às ações governamentais que tinham como objetivo modernizar a capital do Espírito Santo afim de promover o desenvolvimento e a atuação de profissionais da arquitetura que seguiam a vertente do modernismo. Dessa forma os anos 50 foram os anos de mudanças significativas no cenário capixaba recebendo arquitetos formados fora do estado, pois o Espírito Santo não possuía um curso de Arquitetura e Urbanismo ainda, e atuavam não só em elaboração de projetos, mas também na escrita de teorias, análises e também lecionando.

A partir do início do século XX o estado passou por transformações que se tornaram necessárias para que o estado pudesse escoar sua produção cafeeira, na capital ainda haviam muitos trações da ocupação colonial. Isso tornou a cidade insuficiente, necessitando de intervenções sanitárias, urbanas e até mesmo arquitetônicas para que se tornasse uma cidade compatível com o desenvolvimento que o café beneficiava.

Enquanto Vitória era mobilizada para o início das grandes intervenções que contavam com a aplicação do Ecletismo como tendência, na cidade de São Paulo manifestações Modernistas já ocorriam com grande força, sendo um marco a Semana de Arte de 1922. No final da década de 20 a crise mundial enfraqueceu a produção cafeeira, até então base da economia do estado e as grandes transformações ficaram estagnadas até que no governo de Getúlio Vargas foi instaurado um regime desenvolvimentista e então a busca pela modernização tornou uma corrida, uma obsessão no país inteiro.

O governo de João Punaro Bley foi próspero na área de construções públicas como hospitais, escolas, estradas e requalificação de praças e parques e posteriormente das décadas de 30 a 50 a arquitetura capixaba despontou caracterizada por muita geometria, verticalização, recuos, alinhamentos na ocupação limpeza da fachada que foi muito ornamentada durante o período do Ecletismo e ainda a utilização das novas tecnologias difundidas pelo Brasil desde os anos 20.

O proto-modernismo foi o estilo de transição entre o Ecletismo e o Modernismo no Espírito Santo, o modernismo foi ocupando seu espaço que ainda era muito dominado por elementos do Ecletismo, sendo assim a paisagem sofreu grande mudança com o aplicação de varandas em circunferência embutidas ou não. Enquanto no Rio de Janeiro era produzida uma arquitetura moderna mais ousada que no início do movimento o Espírito Santo recebia as primeiras construções puramente modernas com a atuação de arquitetos como Décio Thevernard, Marcello Vivácqua, Maria do Carmo Schwab, Dirceu Carneiro que produziram muitos exemplos de arquitetura moderna no Espírito Santo e outros profissionais que foram menos atuantes no cenário capixaba como o arquiteto Francisco Bolonha.

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